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Servidores sao exonerados por critica a caminhoneiros

O Ministério da Economia decidiu exonerar dois servidores que avaliaram como "fruto da coação" as medidas tomadas pelo governo em meio à paralisação dos caminhoneiros no ano passado. Em parecer enviado ao Judiciário, eles ainda chamaram os grevistas de "conspiradores". A dispensa foi decidida após parte do Executivo temer uma reação negativa liderada pelos dirigentes das entidades de transporte.

A manifestação dos servidores foi feita em uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que questiona a política do preço mínimo do frete. O documento tem a assinatura de Angelo Duarte, secretário substituto da Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência, e Roberto Taufick, assessor da pasta. No parecer, eles afirmam que os caminhoneiros "abusaram do direito de greve" e "conspiraram" de forma anticompetitiva para "coagir autoridades públicas à edição de legislação que lhes garanta benefícios econômicos, em detrimento do bem-estar social".

Em meio à paralisação do país, o governo cedeu aos pedidos dos grevistas estabelecendo uma tabela de frete mínimo à categoria e concedendo subsídios ao preço do diesel - que custarão quase R$ 10 bilhões aos cofres públicos.

Para eles, a medida provisória que estabeleceu os valores mínimos na tabela do frete é "fruto da coação" e teve como objetivo "reservar mercados", além de "institucionalizar um cartel".

Fontes do governo envolvidas na decisão da exoneração afirmam que o documento não poderia ter sido enviado com um posicionamento isolado de uma pasta enquanto o discurso do governo seria justamente o de resolver o problema através de um diálogo amplo com todas as categorias envolvidas.

Integrantes do governo temiam que o documento provocasse uma reação dos caminhoneiros e até mesmo um novo movimento dos grevistas. Caso fosse iniciada uma nova paralisação, a avaliação é que o governo poderia ter que gerir uma crise enquanto ainda administra o impacto do rompimento da barragem de Brumadinho (MG).

Ao tomar ciência da reação dentro do governo, o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Alexandre da Costa, exonerou os subordinados. Em nota, a secretaria afirmou que o parecer usado pelos servidores foi elaborado no ano passado e que por isso o texto não necessariamente reflete a opinião do governo atual. Segundo o texto, o tema será reavaliado pela pasta. (Colaboraram Isadora Peron e Luísa Martins)

FONTE Valor