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Régis Bittencourt é totalmente duplicada após 7 anos em obra

Trecho da Serra do Cafezal, o mais perigoso, foi inaugurado nesta terça (19). Duplicação da rodovia custou R$ 1,3 bilhão.

A duplicação da rodovia Régis Bittencourt, a BR-116, entre São Paulo e o Paraná, foi inaugurada nesta terça (19), depois de dez anos de privatizada. O maior gargalo na estrada, a Serra do Cafezal, foi aberto para os motoristas esta manhã.

A abertura das novas pistas da Régis Bittencourt foi um momento de festa com a presença de autoridades, um marco para deixar para trás uma história de tragédias...

Com 496 quilômetros a estrada que liga sul e sudeste é corredor de transporte também do Mercosul: 60 % dos mais de 25 mil veículos que passam aqui por dia são pesados. É demais para as pistas construídas nos anos 60. O caminho estreito, lento e acidentado passou a dar prejuízos.

“Os congestionamentos atraíram pra região ladrões de carga. A maioria dos caminhões que ali paravam eram saqueados, eram roubados, portanto nós tivemos um verdadeiro caos. Isso é custo Brasil na veia”, diz Urubatan Helou, vice-presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logísticas.

Rodovia da morte

Por tudo isso e, principalmente pelos acidentes a Régis ganhou o codinome de rodovia da morte. Só em dois acidentes em 1993 foram 77 mortos! Os protestos se multiplicaram, mas as obras de duplicação se arrastaram...  

Em 1997, estivemos na Régis Bittencourt quase na divisa com o Paraná para mostrar um dos motivos do atraso nas obras. No meio do caminho tinha uma pedreira. E no meio da pedreira treze casais de papagaios. Papagaios do peito roxo. Uma espécie em extinção.

Foram meses de atraso nesse trecho, mas não foi o único adiamento. Em 2008, as obras e a administração da Régis foram concedidas para a iniciativa privada. A duplicação total deveria ser concluída em 2013, mas os desafios ambientais e desapropriações atrasaram de novo a entrega.

Em 2011, voltamos Régis Bittencourt para mostrar a lentidão do último trecho nas obras de duplicação. A Serra do Cafezal é o pedaço mais perigoso da rodovia. E naquele dia, seis anos atrás, registramos uma história dramática.

Um caminhoneiro uruguaio se envolveu em um acidente que mutilou o motorista da carreta que vinha em sentido contrário.“Quantas famílias mais vão ter que chorar tragédia ali, isso que eu acho que teria que ter um pouco mais de atenção naquele trecho do Cafezal”, disse o caminhoneiro Jorge Aurélio Nantes em agosto de 2011.

Todo motorista que passa por aqui tem uma história ruim para contar. Lembranças que todos querem deixar para trás. As pistas duplas nos 30 quilômetros da Serra do Cafezal cortam a floresta e passam pelo meio das rochas, quatro túneis e trinta e nove pontes e foram construídos pela concessionária Arteris com o custo de R$ 1,3 bilhão financiados pelo BNDES.

Na Serra do Cafezal o asfalto das pistas do sentido Curitiba só serão recapeados nos próximos meses. O último incomodo para  motoristas como o Luiz Carlos de Souza, que nos deu uma carona. “A quantidade enorme e absurda de caminhão que desce aqui tem que ter um asfalto preparado pra isso”, opina ele.

Mas o que está feito pode mudar a história da Régis Bittencourt. “É um novo momento basta agora que cada motorista cumpra o seu papel e respeitar a sinalização, nós teremos uma convivência extremamente importante, segura e com número de acidente menor”, diz Francisco Pires de Oliveira, Coordenador de Tráfego da Arteris Régis Bittencourt.

“Vai melhorar bastante, o fluxo vai ser bem melhor para se trabalhar”, aposta Luiz Carlos.