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Vendas no varejo brasileiro caem pelo terceiro mes seguido

RIO  -  O volume de vendas no varejo recuou 0,5% em julho, na comparação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quinta-feira. Com o resultado, o setor registra seu terceiro mês seguido de taxa negativa no confronto mensal - o varejo recuou 1,4% em maio e encolheu 0,4% em junho (dados revisados).

O desempenho foi pior do que a média das projeções de 28 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data, de um avanço de 0,2% em julho. O intervalo das estimativas variava bastante, desde queda de 1,2% até aumento de 1,1%.

Ante julho de 2017, o volume de vendas caiu 1%. No acumulado dos sete primeiros meses de 2018, o comércio varejista registrou alta de 2,3%. Nos 12 meses encerrados em julho, o avanço acumulado é de 3,2%

O IBGE também informou que a receita nominal (que não desconta a inflação do período) do varejo cresceu 0,2% na passagem de junho para julho, na série com ajuste sazonal. Perante julho do ano passado, houve alta de 2,9%.

Considerando o varejo ampliado – que inclui o comércio de veículos e materiais de construção –, o volume de vendas diminuiu 0,4% entre junho e julho. A expectativa era que ficasse estável, após a alta de 2,5% no sexto mês de 2018.

Em relação a julho de 2017, o volume de vendas do varejo ampliado cresceu 3%. As vendas registraram ainda elevação de 5,4% no acumulado do ano e de 6,5% em 12 meses.

A receita nominal do varejo ampliado, por sua vez, mostrou queda de 0,6% de junho para julho. Frente a julho de 2017, a receita apresentou expansão, de 5,9%.

Das dez atividades do varejo acompanhadas pelo IBGE, nove não conseguiram recuperar o nível de vendas apresentadas em abril, mês que antecedeu a greve dos caminhoneiros. O volume de vendas do varejo restrito está 2,3% abaixo do nível apresentado em abril e o ampliado, 3,1% inferior.

Segundo Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, a única atividade que conseguiu recuperar o nível anterior ao da greve dos caminhoneiros foi a chamada “outros artigos de uso pessoal e doméstico”, com alta de 0,7% na comparação a abril. Essa atividade inclui comércio online e magazines, e foi ajudada pelas vendas de televisores.

“Varejo vinha até abril num movimento mais relevante de recuperação. Logo depois de abril, acontece o evento de maio [a greve dos caminhoneiros], que impacta comércio em maio e junho. Agora em julho, o varejo meio que repete o resultado de junho”, disse Isabella, ao apresentar os resultados da pesquisa, na sede do órgão estatístico, no Rio.

Para a representante do IBGE, a greve dos caminhoneiros teve repercussões sobre a confiança de consumidores, num momento de incertezas do ambiente político e econômico. Além disso, o mercado de trabalho evolui de forma lenta, com cargos informais. “Isso dificulta a recuperação do setor”, acrescentou.

Supermercados
As vendas de hiper e supermercados cresceram 1,7% na passagem de junho para julho. O avanço compensa parte das perdas de 3,6% do setor no mês anteriores, quando foi afetado pelo choque de oferta provocado pela paralisação dos caminhoneiros.

“A greve foi no fim de maio, mas encontrou o setor estocado. Então, os impactos ocorreram efetivamente em junho. Agora, as vendas dessa atividade recuperam parte das perdas”, disse Isabella.

Por outro lado, o fim do 'boom' de vendas de televisores para a Copa do Mundo afetou o resultado de outras atividades do varejo. As vendas de móveis e eletrodomésticos recuaram 4,8% no sétimo mês deste ano, perante junho. E de outros artigos de uso pessoal e domésticos caíram 2,5%.

“Essa atividade de outros artigos de uso pessoal e doméstico inclui comércio eletrônicos e grandes magazines, que também vendem televisores”, aponta a gerente do IBGE.

Também frente a junho, na série com ajuste sazonal, houve queda no volume de vendas de tecidos, vestuário e calçados (-1%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,7%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-0,9%).

Por outro lado, com avanço nas vendas na passagem de junho para julho, estão, além de supermercados, os setores de combustíveis e lubrificantes (0,4%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%).

Vale lembrar que o IBGE apresenta o resultado do varejo ampliado, com veículos e materiais de construção separados, por que estas duas atividades também têm atuação no atacado. As vendas de veículos, motos, partes e peças declinaram 0,8% no mês em julho e as de material de construção tiveram baixa de 2,7%.

FONTE Valor