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Scania vai começar a produzir caminhões movidos a gás no Brasil no início de 2020

Montadora fez parceria com a ZEG, que produz o biometano e se propõe a instalar os postos de abastecimento para frotas do caminhão; modelo custará 30% a mais que o tradicional, mas custo será 10% menor André Ítalo Rocha, O Estado de S.Paulo 04 de setembro de 2019 | 18h22 A Scania vai começar a produzir caminhões movidos a biometano na fábrica de São Bernardo do Campo no primeiro trimestre de 2020. Trata-se de um biocombustível gasoso obtido a partir do processamento do biogás, que faz parte de uma estratégia da montadora para reduzir a produção de veículos movidos a combustíveis fósseis. LEIA TAMBÉM > Scania lança nova geração de caminhões 'mais limpos' Para levar adiante a inovação, a Scania fez uma parceria com a ZEG, empresa dedicada à geração de energia renovável e que será responsável pela produção do biometano utilizado pela montadora. Produzido de forma descentralizada, em fábricas de média escala, o insumo poderá ser utilizado em qualquer dispositivo abastecido com gás natural, como equipamentos industriais, máquinas agrícolas e veículos.

Segundo estimativas das duas companhias, o caminhão será 30% mais caro que o tradicional por causa da tecnologia. No entanto, o custo de manutenção será 10% menor. Com isso, quem comprar o caminhão movido a biometano levará dois anos para compensar o preço mais alto de compra. "Depois desse período, é só ganho", afirma Christopher Podgorski, presidente da Scania no Brasil. Os clientes que comprarem o caminhão terão a opção de utilizar postos de abastecimento instalados pela ZEG, caso fechem um contrato com a empresa de energia. A ZEG se propõe a instalar o posto em local acordado com o comprador, utilizando o GasBio, nome do combustível produzido pela companhia.

Segundo Podgorski, o começo da produção no Brasil segue um movimento iniciado pela montadora sueca na Europa há dois anos. Em 2018, foram vendidos 4.540 veículos comerciais movidos a combustíveis alternativos, o equivalente a 4,5% de todas as vendas da marca no mundo. "Temos a percepção de que, como uma empresa do setor de transporte, somos parte do problema da emissão de gases que contribuem para o efeito estufa", disse. "Então, queremos também ser parte da solução." Hoje, praticamente todos os caminhões vendidos no Brasil são movidos a diesel. A fabricação do caminhão movido a biometano é resultado de um investimento da Scania de R$ 21 milhões, como parte do seu plano de aporte de R$ 2,6 bilhões no Brasil entre 2017 e 2020. Com o início da produção no País, a Scania estará pronta para vender o modelo aqui e exportá-lo a todos os mercados nos quais atua.

Podgorski não revelou quantas unidades serão produzidas inicialmente, mas disse que a ideia é aumentar o volume aos poucos, conforme a demanda. Segundo ele, o produto é viável do ponto de vista industrial, de mercado e economicamente. "Além disso, a utilização de um combustível que usa fontes renováveis em um caminhão significa a redução de 90% da emissão de gases que contribuem para o efeito estufa", disse. O presidente da ZEG, Daniel Rossi, diz estar conversando com três grandes grupos frotistas para que utilizem o caminhão movido a biometano. Somadas, elas contam com uma frota de 300 a 400 veículos pesados. O objetivo da empresa será buscar clientes do agronegócio, priorizando regiões com gargalos de infraestrutura. "Estamos há 12 meses mapeando o mercado e queremos produzir o combustível em lugares nos quais o gasoduto não chega, para que o produtor do agronegócio tenha segurança para substituir a sua frota", disse Rossi.