São Paulo registra queda de 0,6% na confiança do transportador, aponta CNT

O índice geral de confiança caiu de 45,9% para 45,3%, o menor nível desde o início da sondagem, em 2023
A Confederação Nacional de Transportes (CNT) publicou, nesta segunda-feira (22), a nova edição do Índice de Confiança do Transportador (ICT). A sondagem, realizada pela entidade com empresários do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), tem como objetivo acompanhar a percepção do setor sobre o ambiente econômico, subsidiando análises técnicas, ações de representação institucional e a tomada de decisão dos agentes do segmento.
De acordo com as informações divulgadas, ao final do 2º semestre de 2025, o índice geral de confiança dos transportadores rodoviários de cargas do estado de São Paulo foi de 45,3%, demonstrando redução significativa no nível de confiança dos empresários do setor sobre a economia e sua atividade empresarial desde o início da sondagem, em 2023. A redução mais significativa foi para as condições atuais da economia e dos negócios que chegou a apenas 34,3% no 2º semestre de 2025, queda de 2,9 pontos percentuais em relação ao observado no 1º semestre de 2025 e de 12,0 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.
Para o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), Carlos Panzan, os números refletem um ambiente desafiador para o setor. “O transportador sente no dia a dia os efeitos de um cenário econômico mais restritivo. Custos elevados, dificuldade de planejamento e incertezas regulatórias acabam impactando diretamente a confiança dos empresários, especialmente quando falamos de um setor que depende de previsibilidade para investir e operar”, avalia.
O índice de expectativas para a economia brasileira e para a própria atividade das empresas nos próximos seis meses ficou em 50,8%, alta de 0,6 ponto percentual em comparação com o 1º semestre de 2025 (50,2%). Com relação ao mesmo período do ano anterior, 2º semestre de 2024, houve redução de 2,7 pontos percentuais.
Entre os fatores mais frequentemente mencionados pelos empresários paulistas como determinantes da baixa confiança no cenário atual destacam-se: A manutenção da taxa Selic em níveis restritivos; A escassez de mão de obra qualificada; A queda da atividade industrial que aumenta a ociosidade da frota; A fiscalização insuficiente das normas do setor; A percepção de uma política fiscal expansionista, somada à insegurança jurídica e às incertezas da reforma tributária; Fatores sazonais e institucionais, como anos eleitorais, grandes eventos esportivos e excesso de feriados.
Apesar do ambiente doméstico desfavorável, o levantamento aponta que os transportadores seguem demonstrando resiliência, sustentando suas expectativas futuras na eficiência interna e em estratégias de adaptação, como o uso de tecnologias, a requalificação de equipes e a diversificação da carteira de clientes. Para Carlos Panzan, a atuação das entidades é decisiva nesse processo. “A FETCESP, em conjunto com o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT), tem trabalhado de forma contínua na qualificação dos motoristas, na formação profissional e no cuidado com a saúde e o bem-estar dos trabalhadores do transporte. São iniciativas que ajudam o setor a ganhar eficiência, reduzir riscos e se preparar melhor para os desafios do mercado. Mesmo em um cenário adverso, o Transporte Rodoviário de Cargas segue se estruturando e buscando caminhos para retomar a confiança”, conclui.
Fonte: FETCESP / Foto: Divulgação – Canva