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Femsa une empresas de logística e avalia novas aquisições

A mexicana Fomento Económico Mexicano (Femsa), maior engarrafadora da Coca-Cola na América Latina, trabalha para ser menos dependente da área de engarrafamento, responsável por 37% da sua receita e por 59% do seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).

A companhia tem fortalecido investimentos principalmente nas áreas de varejo de proximidade - negócio que representa 34% da sua receita - e logística, que ainda tem participação inferior a 9%.

Na área logística, o grupo concluiu neste ano a consolidação sob a marca Solistica de cinco empresas de logística da Femsa: as brasileiras Atlas e Expresso Jundiaí, as mexicanas Zimag e Femsa Logística e a colombiana Open Market.

José Manuel Juárez, diretor de operações da Solistica na América Latina, disse que a companhia negocia mais aquisições na região e no Brasil para ampliar seu porte. "Estamos olhando oportunidades na região e no Brasil. O objetivo é tornar a Solistica o maior operador em logística integral [que inclui serviços de armazenamento, distribuição, transporte multimodal, gestão e manutenção de frota]. Hoje estamos entre as quatro maiores empresas do setor", afirmou Juárez. Na região, a companhia disputa com concorrentes como JSL, DHL e FedEx.

O executivo disse que avalia empresas de logística para aquisição nos sete países em que já atua - México, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Brasil e Estados Unidos - e também em outros países da América Latina.

De acordo com o diretor, o mercado está desaquecido no Brasil e no México e as aquisições seriam uma maneira de compensar o potencial mais baixo de crescimento orgânico.

Juárez também disse que a companhia tem investido na padronização de processos e de tecnologias para oferecer o mesmo nível de serviços em todos os países em que opera. Sem citar números, o executivo disse que a Solistica tem direcionado 100% do seu lucro para reinvestir na expansão da operação no Brasil.

Neste ano, a Solistica investiu na aquisição de 50 caminhões do tipo bitrem, com carretas da Facchini e cavalos da Mercedes-Benz, e também na ampliação de uma unidade de armazenamento no Rio de Janeiro.

O executivo acrescentou que a Solistica desenvolveu no Brasil uma tecnologia de monitoramento de cargas que será implantada nos outros países. "Os cinco países com maior índice de roubo de carga no mundo são Brasil, Somália, África do Sul, Síria e agora o México. No Brasil desenvolvemos uma tecnologia mais segura que as encontradas nos Estados Unidos."

Atualmente, a Solistica atende 4 mil clientes empresariais na América Latina, incluindo indústrias de eletroeletrônicos, farmacêuticas, automotiva, de cosméticos, têxteis e varejistas. Entre clientes que são atendidos pela companhia nos sete países estão a Hewlett-Packard (HP) e a Johnson & Johnson.

No Brasil, a Solistica quer bater a JSL. A empresa não divulga dados de receita, mas diz que gera uma receita anual similar à da JSL Logística, que no ano passado obteve R$ 3,97 bilhões.

A Solistica opera com 126 centros de operação na América Latina, uma frota de aproximadamente 6,3 mil veículos e 500 mil metros quadrados de armazéns. A companhia emprega 21 mil pessoas, sendo 6 mil no Brasil. A empresa de logística atende 160 mil pontos de entrega por semana e realizou 1,9 milhão de viagens em 2018.

Além de atender indústrias e fazer uma parte da distribuição de bebidas da Coca-Cola e da Heineken no México, a Solistica também é responsável pelo abastecimento de 18,6 mil lojas de conveniência Oxxo, que também pertencem à Femsa.

Juárez disse que a entrada da marca Oxxo no Brasil não significa necessariamente que a distribuição de produtos será feita pela Solistica. "Em todos os mercados em que atua, a Oxxo faz uma licitação para escolher seu distribuidor e elege a empresa com a melhor proposta financeira. Competimos igualmente com os concorrentes", afirmou o executivo.

Neste mês, a Femsa anunciou a criação de uma joint venture com a Raízen Combustíveis para instalar no Brasil lojas de conveniência da Oxxo. Cada uma das sócias vai investir R$ 160 milhões no negócio. O plano contempla a abertura de 500 lojas de conveniência no Brasil nos próximos três anos.

A operação consolidada da Femsa apresentou aumento de 7,7% na receita, para 244,37 bilhões de pesos mexicanos (US$ 12,75 bilhões). A Solistica tem sua receita incluída na área de negócios estratégicos, que no semestre atingiu 21,99 bilhões de pesos mexicanos (US$ 1,15 bilhão). A área de negócios estratégicos engloba ainda a Imbera, fabricante de refrigeradores comerciais, que no Brasil possui fábrica em Itu (SP), a mexicana Torrey (fabricante de equipamentos para a indústria alimentícia) e a mexicana PTM, de reciclagem de plásticos.

O lucro líquido da operação total da Femsa atingiu 11,61 bilhões de pesos mexicanos (US$ 605,4 milhões), com retração de 0,8% em relação ao primeiro semestre de 2018. A queda foi associada a perdas com variação cambial.

A Oxxo opera no México, Chile, Peru e na Colômbia. No primeiro semestre, a rede abriu 609 unidades. A receita da operação cresceu 10,4% de janeiro a junho, em comparação com o mesmo intervalo de 2018, para 88,44 bilhões de pesos mexicanos (US$ 4,61 bilhões). O lucro operacional avançou 14,3%, para 7,28 bilhões de pesos mexicanos (US$ 379,8 milhões).

 

FONTE VALOR