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Com foco no frete, Conferência do SETCESP aponta soluções para um cenário desafiador

Fonte: SETCESP (26/02/2025)

Na manhã da última terça-feira (25), aconteceu, na sede do SETCESP, a 17ª Conferência de Tarifas, evento que tradicionalmente apresenta, em São Paulo, as discussões ocorridas durante o CONET (Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado), promovido pela NTC&Logística, realizado este ano em Foz do Iguaçu/PR.

“O ambiente é hostil, e sabemos que é difícil bater na porta do cliente para pedir reajuste quando, na verdade, sabemos que ele quer que baixemos o frete. Mas é preciso. Como entidade, trazemos a vocês informações técnicas e dicas para terem um bom relacionamento com o cliente”, falou Marcelo Rodrigues, presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, abrindo as discussões.

Ana Jarrouge, presidente executiva da entidade, fez um resumo do que esteve na pauta do CONET. Reforçou a importância de acompanhar, ano a ano, os índices de reajuste da inflação no setor para não haver aumento da defasagem do frete que, conforme foi divulgado no Conselho, está em 13%. “Precisamos dar esse passo e aplicar aquilo que a gente aprende, para o bem e perenidade das empresas”, disse.

Depois, Lauro Valdívia, engenheiro e assessor técnico da NTC&Logística, mostrou o comportamento dos índices de mercado em 2024. Ele falou dos principais custos do setor: o veículo, a mão de obra e o combustível. Para o assessor, a partir do estudo, foi possível perceber que a inflação do setor tem acompanhado a inflação geral do país.

Hora parada

E, por falar em custo no transporte, o painel seguinte abordou como a hora parada onera o frete. Luís Felipe, sócio-diretor da Formato Transportes e secretário geral do SETCESP, foi o mediador das discussões, que contaram com a participação de Paulo Tirapelli, gerente geral de Projetos da JSL Transportes; Roberto Antônio Palhares, diretor administrativo da ANR Transportes, e Raquel Serini, economista e coordenadora de Projetos do IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Cargas).

Uma frase que era dita antigamente por muitos transportadores: se der um retorno financeiro que pague o caminhão, está bom. Isso é completamente inaceitável, não dá para ser assim! Tem que pagar os custos e ainda ter lucratividade”, afirmou Luís Felipe, de forma categórica.

“Se o destinatário não conseguiu se organizar para receber a carga, ele não pode passar para o transportador essa improdutividade”, alertou Paulo Tirapelli. “Às vezes penso: o caminhão deveria pagar IPTU e não IPVA, de tanto tempo que chega a demorar uma operação de recebimento”, falou Roberto Antônio Palhares, em crítica à desordem que existe nos grandes recebedores e que faz com que motoristas esperem horas para conseguir descarregar a carga.

“Recomendo que todos vocês estejam munidos de informações que sirvam de argumentos para defender o custo da operação. Importante que cada item seja considerado ao precificar o frete, inclusive a hora parada”, indicou a economista Raquel Serini.

Cibersegurança

Após uma breve pausa para o café, o público retornou para ouvir a palestra do delegado Carlos Afonso Gonçalves da Silva, da Divisão de Inteligência Policial (DIPOL/PCSP), sobre o panorama dos crimes cibernéticos no país.

“Nossa cultura precisa mudar. Quantos usuários utilizam a mesma senha para tudo? Quantas vezes você está em um lugar público e busca por um Wi-Fi aberto? Ou clica em um link enviado por quem você nem sabe que enviou, certo? São estas fragilidades que nos deixam mais vulneráveis”, alertou o delegado, falando sobre como se prevenir de um crime digital.

Na sequência, teve início o painel ‘Protegendo sua Empresa e seus Dados’, com a mediação deIltenir Junior, diretor da Orion X, e a participação do delegado Carlos Afonso Gonçalves da Silva, além de Gustavo Aleixo, diretor de Tecnologia da JSL Transportes; Luiz Fernando Scheliga, CIO (Chief Information Officer) na Braspress Transportes Urgentes; Marcelo Dias de Oliveira, CEO (Chief Executive Officer) da Diaslog, e Ricardo Sampaio, CISO (Chief Information Security Officer) e head da Gantech.

Iltenir Junior advertiu que, durante a pandemia, o mercado se digitalizou, só que é preciso maiores investimentos em sistemas de segurança que acompanhem essa expansão.

Complementando o ponto de vista de Iltenir Junior, o diretor da JSL Transportes, Gustavo Aleixo, falou que, assim como uma casa tem portas, portões, muros e cercas, desta mesma forma precisa ser a rede de uma empresa, com a segurança reforçada.

Tanto a Braspress Transportes Urgentes quanto a Diaslog sofreram ciberataques, e cada um dos executivos contaram como as transportadoras reagiram a este processo.

“Chamou a atenção o nível da dependência que temos em tecnologia”, compartilhou Luiz Fernando Scheliga. A empresa, que opera no Brasil e Mercosul, levou quatro dias para voltar a operar normalmente. Já na Diaslog, a espera para a retomada das operações foi de uma semana, conforme contou Marcelo Dias de Oliveira.

“Segurança digital é uma tríade: pessoas, processos e tecnologia. O alvo mais atacado pelos criminosos são as pessoas. Importante que haja sempre uma conscientização dos usuários do que não fazer para manter uma robustez de segurança”, aconselhou Ricardo Sampaio.

“Em caso de ataques hackers, o pagamento do resgate do sistema nunca pode ser uma opção considerada pela vítima”, advertiu, por fim, o executivo da Gantech.