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CNT: Maioria dos caminhoneiros ficou insatisfeita com acoes pos-greve

BRASÍLIA  -  A redução no preço dos combustíveis ainda é a principal reivindicação dos caminhoneiros brasileiros, de acordo com o levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgado nesta quarta-feira. Do total de entrevistados, 51,3% consideram essa demanda como a mais urgente da categoria.

O aumento e as oscilações no preço do diesel verificados no início do ano passado foram o principal motivo da paralisação dos caminhoneiros em maio, que comprometeu o abastecimento de dezenas de cidades e conteve o crescimento econômico do país daquele período. Para pôr fim ao movimento, o governo tomou uma série de medidas, entre elas a subvenção do preço do diesel, que venceu no fim de dezembro, e a criação da tabela de preço mínimo do frete rodoviário, ainda em vigor.

A 7ª Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros mostra que 56% dos caminhoneiros não ficaram satisfeitos com as conquistas obtidas com a paralisação. Ainda sobre a greve, os dados indicam que 65,3% da categoria participaram da paralisação e 64,4% deles foram informados sobre a greve via o aplicativo de mensagens WhatsApp, além do fato de que 74,7% dos profissionais conheciam a pauta em questão.

O levantamento da CNT indicou que o segundo maior pleito dos caminhoneiros, depois do corte no preço do combustível, é a necessidade de ações para oferecer mais segurança nas rodovias (38,3%). Os financiamentos oficiais, a juros mais baixos, para a compra de veículos constam como demanda de 27,4% dos trabalhadores, seguido do pleito por aumento do valor do frete (26,2%).

A pesquisa foi realizada entre os dias 28 de agosto e 21 de setembro do ano passado. Ao todo, foram entrevistados mais de 1 mil profissionais em todo o país, sendo 714 autônomos e 352 empregados de frota.

As respostas dos entrevistados indicam que os caminhoneiros são submetidos a uma rotina de trabalho intensa — chegam a percorrer mais de nove mil quilômetros por mês e a trabalhar 11,5 horas por dia ou 5,7 dias por semana. Sobre o mercado de transportes de cargas, a pesquisa revelou que 62,9% desses profissionais consideram que a demanda caiu em 2018.

Os caminhoneiros consultados indicaram que entre os pontos negativos da profissão estão o fato de ser perigosa e/ou insegura (65,1%) e desgastante (31,4%), além de o convívio familiar estar comprometido (28,9%).

Apesar da carga de trabalho e dos riscos, a categoria reconhece vários pontos positivos na profissão, como a possibilidade de conhecer cidades e países (37,1%), poder conhecer pessoas (31,3%) e possuir o horário flexível (27,5%).

O levantamento confirma que o universo de caminhoneiros no Brasil é essencialmente masculino: 99,5% desses profissionais são homens com média de idade de 44,8 anos. Nessa função, eles ganham cerca de R$ 4.600 por mês e trabalham há 18,8 anos. Os caminhões utilizados têm, em média, 15,2 anos.

No grupo de caminhoneiros autônomos, 47% adquiriram seus veículos por meio de financiamento. Os caminhoneiros também estão cada vez mais conectados, pois 87,7% usam a internet. Em relação ao cuidado com saúde, 42,6% procuram profissionais da área para prevenção.

FONTE Valor