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Castello Branco: Petrobras já fez o que poderia sobre preço do diesel

BRASÍLIA  -  (Atualizada às 14h42) A Petrobras já fez o que poderia fazer em relação à variação do preço do diesel, que levou a manifestações de caminhoneiros por todo o país, indicou nesta terça-feira o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, ele justificou que as dificuldades da categoria têm relação com um excesso de caminhões em comparação com o tamanho do mercado de serviços de transporte.

 

 

“É uma situação clássica de desequilíbrio entre oferta e demanda. Tem mais caminhão do que serviços no mercado. Há muito caminhão batendo lata nas estradas O tabelamento de frente agravou essa situação. Muito empresário do agronegócio resolveu criar sua própria frota”, disse. “A Petrobras pouco pode fazer, acabamos com o reajuste diário do combustível e lançamos o cartão do caminhoneiro”, complementou.

O presidente da estatal foi convidado pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados para explicar a elevação dos preços dos combustíveis no país.

A política de preços da Petrobras já passou, nos últimos anos, por uma série de mudanças, a última delas no dia 26 de março, quando a estatal anunciou que os preços do diesel passariam a ser reajustados, a partir daquela data, por períodos não inferiores a 15 dias. Com isso, a companhia abandonou, somente para o diesel, o formato usado desde 3 de julho de 2017 que previa reajustes com maior periodicidade, a qualquer tempo, inclusive diariamente. Desde a adoção de novo formato na política de ajuste de preços em 2017, a gasolina acumula alta de 38,61% de preço, nas refinarias. O diesel acumula aumento de 59,59%.

Castello Branco, lembrou  que o controle de preços dos combustíveis, realizado pela estatal entre 2011 e 2014, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, resultou em um prejuízo de R$ 100 bilhões para a empresa. A observação foi uma resposta a questionamentos feitos por deputados sobre a elevação dos preços dos combustíveis no país. O dirigente da estatal disse que, atualmente, os preços são calculados com base no mercado internacional e não em seu custo.

“O que aconteceu entre 2011 e 2014? O governo mandou a Petrobras ignorar a ciência econômica e basear o preço [dos combustíveis] no custo, isso resultou numa grande perda, de R$ 100 bilhões, da Petrobras. Aí a Petrobras reconheceu o seu erro e passou a outro extremo, o reajuste diário de preços", disse. “É equívoco fazer controle de preços. O instrumento adequado é a política monetária. O mundo hoje tem uma taxa de inflação muito mais baixa do que nos anos 1980. Os combustíveis são commodities globais, dependem da oferta e demanda global. Se insistirmos na metodologia de custo, estaremos ignorando a regra mais básica da ciência econômica, que é o custo de oportunidade”, afirmou.

Castello Branco também voltou a defender a venda de refinarias da estatal, anunciada na sua gestão. Para argumentar em favor desse entendimento, ele lembrou das refinarias adquiridas no governo petista, que teriam gerado prejuízo à empresa.

“O endividamento da Petrobras se deve ao subsídio dos preços de combustível e ao dinheiro jogado fora com refinarias. A área técnica da Petrobras não recomendava aquele investimento na refinaria Abreu e Lima, mas foi aprovado o investimento porque era ‘estratégico’, qualquer coisa era ‘estratégica’”, afirmou. “De forma muito subjetiva, a construção gerava emprego e proporcionava integração energética com a Venezuela. Tivemos a construção de uma refinaria que hoje produz hoje menos de 100 mil barris diários. Isso é jogar dinheiro fora e causa endividamento. Teria sido muito melhor que a Petrobras tivesse distribuído dinheiro de helicóptero para as populações carentes.”

Rio de Janeiro

Castello Branco indicou ainda que a estatal vai investir U$ 21 bilhões pelos próximos cinco anos na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Segundo ele, o Rio de Janeiro deverá ser o “terceiro maior produtor de petróleo das Américas”, o que vai fazer de seu governador, Wilson Witzel (PSC-RJ), um “xeque do petróleo”.

“A Petrobras está dedicando US$ 21 bilhões para os campos da Bacia de Campos. O Rio de Janeiro tem oportunidade ímpar de sair da profunda recessão que se meteu. Ao longo dos próximos anos, falei para o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que vai se transformar num xeque do petróleo. O Rio de Janeiro vai se transformar no terceiro maior produtor de petróleo das Américas. O Estado vai se beneficiar muito dos recursos, da geração de royalties, tem que usar bem os recursos", disse.

Há mais de 40 anos na ativa, a Bacia de Campos entrou em fase de declínio nos últimos anos, mas voltou agora a receber aportes bilionários. A tendência é que as atividades na Bacia de Campos sejam capitaneadas pela Petrobras. Dos 20 blocos localizados na bacia e que foram negociados nos últimos leilões, a estatal opera 11, seguida de ExxonMobil (quatro), BP (dois), Repsol (dois) e Shell (um).

 

FONTE VALOR ECONOMICO