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Brasil assina acordo para banir caminhões a biocombustível até 2040

O acordo define que, em 2030, pelo menos 30% dos veículos médios e pesados comercializados no país devem ser livres de emissões de escapamento

A entrada do Brasil em uma aliança internacional que determina a venda exclusiva de caminhões e ônibus sem emissões diretas a partir de 2040 surpreendeu setores ligados ao biocombustível nesta terça-feira, 11. O compromisso, firmado em Belém durante a COP30, foi estabelecido pelo Ministério dos Transportes e inclui o país entre 42 nações que pretendem eletrificar sua frota de veículos médios e pesados nas próximas décadas.

O acordo define que, em 2030, pelo menos 30% dos veículos médios e pesados comercializados no Brasil devem ser livres de emissões de escapamento, alcançando 100% até 2040. A metodologia adotada pela coalizão Drive to Zero, liderada pela Colômbia, contabiliza apenas os poluentes liberados no uso dos veículos, beneficiando tecnologias como eletricidade e hidrogênio verde e deixando de fora os biocombustíveis.

Contradição com a estratégia do Brasil de biocombustíveis

Essa decisão contrasta com a estratégia nacional defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na última semana, durante a Cúpula do Clima, propôs ampliar a produção global de combustíveis sustentáveis, incluindo o etanol e o biodiesel. O agronegócio brasileiro aposta nesses produtos para expandir exportações e promover a descarbonização do transporte.

O setor de biometano, em particular, foi pego de surpresa, já que vinha registrando crescimento na frota de caminhões a gás, que utilizam biometano. De janeiro a junho, a Anfavea contabilizou 356 novos emplacamentos desse tipo, superando o total de todo o ano anterior. Empresas como Natura e L’Oréal já incorporaram o biometano em suas operações, e fabricantes como Scania e Iveco investiram em veículos compatíveis.

Além do biometano, o governo também apoia alternativas como o Bevan, combustível derivado de gordura animal e óleo de soja, apresentado em outubro por Lula, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro Alexandre Silveira, como substituto do diesel para caminhões e ônibus. Apesar desse incentivo, o memorando assinado não reconhece combustíveis de baixo carbono no escopo da meta de emissões zero.

Fonte: Revista Oeste / Foto: Divulgação