Bolsonaro diz que apoiaria uma nova reforma trabalhista
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que quer afrouxar ainda mais as leis trabalhistas em relação aos “avanços” promovidos pela reforma da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) promovida em 2017. Bolsonaro disse que apoiará a ideia se o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, elaborar uma outra proposta de reforma trabalhista.“Se o Rogério Marinho enviar outra, eu apoio”, afirmou.
O presidente deu as declarações a um grupo de seis jornalistas que o aguardavam almoçar do lado de fora do Quartel General do Exército, em Brasília. Ele ordenou que sua equipe convidasse os repórteres para o almoço, sentou-se à mesa com eles e falou durante cerca uma hora e meia. Foi proibida a entrada com gravadores e celulares.
Bolsonaro voltou a defender que o “excesso de direitos” resulta em menos empregos.“Quem não tem direito nenhum é quem está desempregado”, afirmou Bolsonaro.Para ele, se não tivesse ocorrido a reforma trabalhista de 2017, “a situação hoje estaria muito pior”.
À época deputado federal, Marinho foi relator da reforma na Câmara. Com o apoio de entidades patronais e sem dialogar com sindicatos, ele elaborou um relatório que alterou mais de cem pontos da CLT. Marinho não se reelegeu, mas foi premiado por Bolsonaro com o cargo de secretário especial no Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.
CPMF
O presidente também voltou a criticar a ideia de incluir um imposto similar à CPMF na reforma tributária que o governo pretende enviar ao Congresso.“Já falei para a minha equipe que CPMF não dá; é uma ideia carimbada já”, disse Bolsonaro.
A ideia da recriação da CMPF vem sendo defendia pelo secretário da Receita Federal, Marcos Cintra. O chamado imposto do cheque também enfrenta resistência na Câmara.
Bolsonaro reafirmou ainda que pretende enviar uma reforma tributária que afete somente os impostos federais.
FONTE VALOR