Barril de petróleo pode voltar aos US$ 100?
A volta do barril de petróleo ao patamar dos US$ 100 pode estar no horizonte, segundo analistas do Bank of America, influenciada pela redução das exportações iranianas resultante das novas sanções americanas e pela queda livre na produção venezuelana, que se somam às restrições à oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e da Rússia.
Essas dinâmicas poderiam criar pressões no quadro da oferta e demanda dos próximos 12 meses, uma vez que o fornecimento de petróleo de xisto dos Estados Unidos não seria suficiente para compensar essas grandes reduções na produção de outros países, disseram os analistas em relatório nesta quinta-feira.
“Olhando para os próximos 18 meses, prevemos uma compressão no balanço mundial de oferta e demanda”, disseram os analistas do banco, projetando um déficit no mercado internacional de 630 mil barris por dia, em 2018, e de 300 mil barris por dia, em 2019.
O banco americano elevou suas estimativas de cotação para o petróleo referencial Brent para US$ 70, em 2018, e para US$ 75, em 2019, mas avisou que também considera haver “risco de US$ 100 por barril no próximo ano”.
“Estamos preocupados de que essas dinâmicas do mercado poderiam se desdobrar em um intervalo de tempo mais curto”, destacaram os analistas do banco.
“Se não for alcançado um novo acordo com o Irã nos próximos seis meses ou se a Opep e a Rússia estenderem os cortes na produção para 2019, os mercados mundiais de petróleo provavelmente ficariam mais comprimidos”, acrescentaram.
A força da economia mundial e a alta da renda também contribuem para a valorização da cotação do petróleo, pois neutralizam qualquer impacto negativo que o aumento no preço dos combustíveis poderia ter na demanda.
O relatório chega depois de um informe da empresa de análises do setor de energia JBC Energy ter projetado que uma queda drástica nas exportações do Irã poderia “tornar a probabilidade de uma forte onda de valorização nos mercados do petróleo — potencialmente até flertando com [uma cotação de] três dígitos — uma quase certeza”.