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57% da soja a ser moída em 2020 irá para a produção de biodiesel

Serão 25 milhões de toneladas destinadas ao combustível, segundo estimativas da Abiove.

 

biodiesel abre novos caminhos para a soja no Brasil. Em 2020, pelo menos 25 milhões de toneladas da soja serão esmagados para a produção desse combustível. Neste ano, deverão ser 20,5 milhões.

Os dados são da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), que fez as primeiras estimativas de safra para o próximo ano. Conforme os dados apurados pela entidade, a área de plantio com soja será de 36,4 milhões de hectares, e a produção da oleaginosa subirá para 122,8 milhões de toneladas.

Este volume supera o de 2019, mas fica abaixo do recorde de 123 milhões de 2018.

 

Colheita de soja na fazenda Lagoa Santa em Guaíra (SP) - Ricardo Benichio - 16.fev.18/Folhapress

 

O aumento de safra, apesar do consumo maior interno, permitirá o país elevar o volume das exportações.

Nesta primeira estimativa, a Abiove prevê uma colocação de 75 milhões de toneladas de soja em grãos no mercado externo no próximo ano, acima dos 72 milhões previstos para este.

O esmagamento interno total deverá atingir 44 milhões de toneladas, 3% mais do que o de 2019.

Crescem as vendas externas de soja em grão, mas caem as de farelo e as de óleo. “Será um cenário de oportunidades, mas com desafios” diz Daniel Amaral, economista-chefe da Abiove.

As exportações de farelo, que chegaram a 16,9 milhões de toneladas em 2018, e devem recuar para 15,8 milhões neste ano, serão ainda menores em 2020, ficando em 15,3 milhões.

O mesmo ocorre com o óleo de soja. Após exportar 1 milhão de toneladas neste ano, a indústria brasileira colocará apenas 300 mil toneladas no exterior em 2020.

O mercado externo para farelo e óleo de soja brasileiros precisa ser trabalhado melhor. O interno, porém, tem demanda crescente, segundo Amaral.

O farelo ganha espaço internamente com o aumento da produção de proteínas, destinadas tanto para o mercado interno como para o externo.

O consumo interno de carnes deverá melhorar com uma possível recuperação da economia. A demanda externa, graças à China, terá um ritmo acelerado nos próximos anos.

A peste suína africana provocou uma redução de pelo menos 40% do rebanho de suínos do país asiático, reduzindo a oferta de carne. Essa redução será ainda mais acentuada no próximo ano.

Já o consumo de óleo tem mercado garantido na produção de biodiesel, que deverá atingir 6,8 bilhões em 2020. Pelo menos 77% da produção do combustível tem como matéria-prima o óleo de soja.

O setor de biodiesel terá dois incentivos no próximo ano: o Renovabio, que está em fase final de regulamentação, e a elevação da mistura de biodiesel ao diesel de 11% para  de 12%, a partir de março.

O que não melhora muito são as receitas que o país obterá com as exportações. Neste ano, após ter atingido US$ 40,9 bilhões em 2018, as exportações devem render US$ 32,1 bilhões. Em 2020, os valores ficam próximos aos de 2019, subindo para apenas US$ 32,7 bilhões.

Crescem as arrecadações com as exportações de grãos, mas caem as com farelo e óleo.

Conforme previsões de preços médios para 2020, a soja em grão renderia US$ 27 bilhões; o farelo, US$ 5,35 bilhões, e o óleo, US$ 210 milhões, segundo estimativas da Abiove.

 

FONTE FOLHA UOL